O que muda com o plano Standard com anúncios
A Disney abriu a porteira do streaming no Brasil com o novo Disney+ com anúncios, agora disponível para compra direta no site do serviço. A oferta, antes restrita a parceiros, chega com campanha estrelada por Gabriel Medina e Pedro Scooby, dois dos nomes mais populares do surfe brasileiro, para cravar a mensagem: entretenimento e esporte no mesmo lugar, com preço de entrada mais baixo.
O plano Standard com anúncios dá acesso ao catálogo completo de marcas da casa — Disney, Pixar, Marvel e Star Wars — e amplia o pacote com produções do National Geographic, além de programas e documentários. A grande virada está na integração definitiva do antigo Star+ ao Disney+ na América Latina, movimento iniciado em 2024. Na prática, quem dividia a rotina entre dois aplicativos agora encontra filmes adultos, séries de crime e dramas, comédias e reality shows dentro de uma só interface, com busca unificada e perfis separados.
Para quem vive de rodada a rodada, o esporte é peça central. O plano inclui o conteúdo dos canais ESPN e ESPN 3 no streaming, com partidas da LaLiga, Premier League e campeonatos argentinos, além de jogos da NBA, Copa Libertadores e Copa Sudamericana, de acordo com os direitos de transmissão vigentes no Brasil. Também entram na conta outras modalidades, como tênis e esportes de ação, que ajudam a manter a grade recheada durante a semana.
O filme publicitário com Medina e Scooby aposta no clima de performance e adrenalina para grudar a ideia de que o surfe — e o esporte em geral — está colado ao serviço. É um recado direto a um público que zapeia entre séries e partidas ao vivo, e que tem pouca paciência para trocar de aplicativo. A escolha dos atletas faz sentido: conversa com jovens, fãs de esportes e marcas, e dá cara brasileira a uma mudança de produto que é global.
Vale um ponto de atenção: por ser um plano com publicidade, o usuário verá intervalos ao consumir filmes, séries e eventos esportivos. A Disney não detalha, por enquanto, a frequência dos anúncios no Brasil. Em troca, o preço de entrada cai, o que tende a diminuir a barreira para quem sempre quis testar o serviço completo — inclusive o cardápio de esportes.
- Catálogo unificado de Disney, Pixar, Marvel, Star Wars e National Geographic
- Séries, filmes e documentários que migraram do antigo Star+
- Transmissões da ESPN no streaming (LaLiga, Premier League, Libertadores, Sudamericana, NBA e mais, conforme direitos)
- Perfis e controles parentais para ajustar conteúdo por faixa etária
Outro efeito prático da integração é a descoberta de conteúdo. Quem chega por causa da NBA cai em séries da Marvel ou Star Wars. Quem assina por causa das animações para as crianças esbarra em documentários do National Geographic. Esse cruzamento ajuda a justificar a aposta da empresa num plano com anúncios: mais tempo de tela, mais formatos comerciais, mais retorno de catálogo.

Preço, como assinar e impacto no mercado
A oferta de lançamento é agressiva: R$ 9,90 por mês durante quatro meses para quem assinar até 30 de março. Passado o período promocional, a cobrança passa automaticamente para R$ 27,90 mensais, até cancelamento. A contratação é feita direto no site do Disney+ e pode ser encerrada a qualquer momento, sem fidelidade.
O processo é simples: criar uma conta (ou entrar na existente), escolher o plano Standard com anúncios, inserir a forma de pagamento e confirmar. Quem já assina via parceiros pode continuar onde está, mas o movimento de levar o plano com publicidade ao site próprio dá à empresa controle direto da relação com o assinante — do cadastro à oferta de upgrades.
Para quem está em dúvida entre planos, a régua é menos técnica e mais de hábito. Se publicidade leve não te incomoda e o foco é preço, o Standard com anúncios cumpre o papel e ainda entrega o pacote ESPN no streaming. Se você não abre mão de maratonar sem interrupção, existem opções sem anúncios no portfólio. O lançamento, no fim, aumenta o leque para diferentes bolsos e rotinas de consumo.
No pano de fundo, o Disney+ segue a trilha do mercado. Modelos com publicidade viraram padrão no streaming, com tiers mais baratos que ajudam a reduzir churn e ampliar alcance. Para o Brasil, há um elemento extra: o apetite por esportes ao vivo, um dos poucos conteúdos que ainda reúnem grandes audiências em tempo real. É aí que a dobradinha Disney+ e ESPN busca criar valor, sustentando a oferta com calendários robustos de futebol e basquete.
O timing também importa. A integração do antigo Star+ limpou a confusão de ter dois aplicativos, diluiu fricções técnicas e de cobrança, e abriu espaço para campanhas mais diretas, como a com Medina e Scooby. A mensagem é clara: um app só, preço de entrada competitivo e catálogo que vai do infantil ao adulto, com o esporte como trunfo.
No dia a dia, a promessa é de navegação familiar aos usuários do Disney+: perfis individuais, controle parental com travas por classificação indicativa e recomendações alimentadas pelo histórico de uso. A empresa não detalhou se há limitações específicas no plano com anúncios em recursos como reprodução em múltiplos dispositivos ao mesmo tempo ou downloads offline; quem depende dessas funções deve conferir as condições no momento da contratação.
Do lado comercial, a chegada do plano com publicidade também reorganiza o jogo para marcas e agências. Inventário premium com franquias globais e eventos ao vivo costuma atrair anunciantes que buscam segurança de marca. Para o assinante, o benefício evidente é a queda no preço inicial, desde que a presença de publicidade fique dentro de um nível tolerável de interrupção.
No curto prazo, a estratégia tem cara de expansão de base. No médio, mira rentabilidade com publicidade e retenção via esporte. Se a execução entregar estabilidade nas transmissões e um equilíbrio razoável na exibição de anúncios, o pacote tende a ocupar um espaço que estava vago: o do assinante que quer variedade, futebol e NBA sem estourar o orçamento mensal.