Frente parlamentar contra o transtorno de jogo será lançada; veja a charge do Diário (23/09/2025)

Frente parlamentar contra o transtorno de jogo será lançada; veja a charge do Diário (23/09/2025)

Charge do Diário sobre o excesso de jogos

Na edição de 23 de setembro de 2025, o jornal Diário trouxe uma charge que rapidamente viralizou nas redes. O desenho apresenta um deputado, rodeado de consoles de videogame, tentando assinar um projeto de lei enquanto o botão de "play" pisca incessantemente. Em tom irônico, o cartunista aponta a contradição entre a popularidade dos jogos digitais e a falta de ação política para regular os seus efeitos nocivos.

A ilustração destaca, com humor ácido, o crescimento de casos de dependência de jogos eletrônicos entre adolescentes e jovens adultos. Ao fundo, uma placa anuncia "Próxima sessão: Debate sobre Transtorno de Jogo", reforçando a mensagem de que o tema ainda está à margem das discussões formais no Congresso estadual.

Frente parlamentar e seus objetivos

Frente parlamentar e seus objetivos

Quinta‑feira, 25 de setembro, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) será palco do lançamento oficial da frente parlamentar dedicada ao combate e ao tratamento do transtorno de jogo. O grupo será composto por 12 deputados, representantes de secretarias de saúde, psicólogos especializados e ONGs que atuam na prevenção de comportamentos aditivos.

Entre as metas anunciadas está a criação de um plano de ação que inclua:

  • Mapeamento epidemiológico do transtorno de jogo no estado, com base em dados hospitalares e pesquisas de campo.
  • Proposta de legislações que obriguem plataformas de jogos a exibir alertas de tempo de uso e a disponibilizar opções de controle parental mais eficientes.
  • Ampliação de serviços de terapia cognitivo‑comportamental nas unidades de saúde mental da rede pública.
  • Campanhas de conscientização dirigidas a escolas, pais e profissionais de saúde.

O coordenador da iniciativa, deputado André Silva (PSDB), afirmou que o projeto surge após a constatação de um aumento de 27% nos atendimentos por dependência de jogos nos últimos três anos, segundo o Registro de Saúde Mental do Estado. "Não podemos ficar à margem enquanto a juventude se perde em mundos virtuais sem acompanhamento adequado", declarou.

Especialistas de referência, como a psiquiatra Dra. Marina Lemos, destacam a necessidade de políticas integradas. "O transtorno de jogo não é apenas uma questão de tempo de tela; ele envolve aspectos psicológicos, sociais e até econômicos", explicou. Ela acrescentou que o tratamento precoce pode reduzir drasticamente o risco de comorbidades como depressão e ansiedade.

Organizações da sociedade civil, como a Associação Brasileira de Dependência de Tecnologias (ABDT), também manifestaram apoio. O presidente da ABDT, Carlos Menezes, ressaltou que a frente parlamentar será crucial para garantir recursos financeiros e treinamento de profissionais nos municípios mais vulneráveis.

O evento de lançamento incluirá uma mesa‑redonda com debates ao vivo, além da apresentação de um documento preliminar que será encaminhado ao Congresso Nacional para eventual adaptação em âmbito federal. A expectativa é que, nos próximos seis meses, a frente apresente um projeto de lei que combine medidas preventivas, tratamento especializado e monitoramento contínuo.

Enquanto isso, a charge do Diário continua sendo compartilhada como símbolo da urgência da discussão. Ela serve de lembrete visual de que a falta de regulamentação pode tornar a indústria dos jogos um campo de risco silencioso, especialmente para as novas gerações.

5 Comentários

  • Rozenilda Tolentino
    Rozenilda Tolentino

    Essa frente parlamentar é, no mínimo, um passo metodologicamente coerente-mas será que a operacionalização vai além da retórica? O mapeamento epidemiológico precisa de amostragem estratificada por classe social, escolaridade e acesso à conectividade; caso contrário, estamos apenas quantificando sintomas, não causas estruturais.

    Além disso, a exigência de alertas de tempo de uso nas plataformas é um greenwashing comportamental: se o algoritmo é projetado para maximizar o engagement, nenhum banner vai mudar a neuroquímica do usuário. É preciso regulamentar a arquitetura do design, não só o tempo.

    E onde está o componente de análise de dados em tempo real? Sem integração com os sistemas de saúde mental via API, isso vira mais um documento de arquivo morto.

    Por fim: o termo ‘transtorno de jogo’ ainda é controverso na CID-11. Será que os deputados leram o manual ou só viram o título da matéria?

  • david jorge
    david jorge

    Que ótima notícia! Finalmente alguém tá agindo de verdade, e não só falando na internet.

    Essa iniciativa pode salvar milhares de jovens que estão se perdendo nos jogos sem nem perceber-e isso não é exagero, eu vi um primo meu perder dois anos da vida por causa disso.

    Se a gente conseguir colocar esses controles parentais funcionando de verdade, e se as escolas começarem a falar disso como se fosse saúde mental (porque é!), a gente vai ver uma geração inteira se recuperar.

    Parabéns aos deputados que colocaram a mão na massa. Vamos apoiar isso até o fim!

  • Wendelly Guy
    Wendelly Guy

    Ah, claro, mais uma lei pra controlar o que a gente faz no computador. Enquanto isso, o governo deixa as farmácias venderem remédio pra ansiedade como se fosse balinha, mas quando alguém joga 5 horas seguidas, é ‘transtorno’?

    Isso é pura hipocrisia. A indústria do jogo tá faturando bilhões, e agora o Estado quer virar polícia da vida privada?

    Se eu quiser jogar até cair, é meu direito. Não precisa de comitê, nem de campanha, nem de ‘plano de ação’-só precisa de um pouco de liberdade e um bom café.

  • Fábio Lima Nunes
    Fábio Lima Nunes

    É fundamental reconhecer que o transtorno de jogo, tal como classificado pela OMS na CID-11, é um fenômeno multidimensional que transcende a mera exposição ao estímulo digital; ele se manifesta como uma disfunção do sistema de recompensa cerebral, frequentemente exacerbada por fatores de vulnerabilidade psicossocial-como isolamento, baixa autoestima, ou ausência de redes de apoio familiar.

    Por isso, qualquer política pública eficaz precisa ser baseada em evidências neurocientíficas e não em reações emocionais à charge de um cartunista-embora a charge seja, de fato, uma metáfora visual poderosa, que sintetiza a paradoxal inércia institucional diante de uma crise silenciosa.

    Além disso, a proposta de integração com os serviços de saúde mental da rede pública é acertada, mas carece de um componente de formação continuada para os profissionais da atenção básica, que muitas vezes não são treinados para identificar os sinais precoces-e isso é um erro crítico.

    Por fim, a sugestão de controle parental eficiente só terá impacto se for complementada por programas de educação digital para pais e educadores, já que a maioria dos adultos não compreende a linguagem dos jogos modernos, nem os mecanismos de reforço positivo que os tornam viciantes.

    Essa frente parlamentar, apesar de tardia, representa um ponto de inflexão histórico; agora, o desafio é evitar que ela se torne mais um ritual burocrático sem impacto real.

  • OSVALDO JUNIOR
    OSVALDO JUNIOR

    Essa é a típica manobra do ‘politicamente correto’ que quer meter a mão na vida do brasileiro com mais leis, mais burocracia e mais impostos!

    Enquanto isso, o povo sofre com a inflação, a violência e a falta de saúde pública de verdade-e agora querem meter o nariz no meu Xbox?

    Se eu quero jogar até o sol raiar, isso é minha liberdade, meu povo! Isso aqui não é China, não!

    Quem joga demais é porque o sistema falhou: escola ruim, emprego ruim, futuro incerto. Não é o jogo que é o problema, é o Brasil que tá quebrado!

    E essa tal de ‘frente parlamentar’? Só mais um grupo de burocratas querendo se promover com um discurso bonitinho e depois esquecer tudo no fim do mandato.

    Se querem ajudar, abram mais centros de emprego, não mais ‘campanhas de conscientização’! Vão lá no Nordeste ver o que é real sofrimento-e não fiquem inventando problema onde não tem!

Escreva um comentário