Crimes da Ditadura no Brasil

Quando a gente fala de ditadura militar (1964‑1985), não é só política de cima para baixo. São histórias de tortura, desaparecimentos forçados, censura e assassinatos que ainda mexem com a gente. Vamos entender o que realmente aconteceu, quem esteve por trás e como esse passado ainda afeta a nossa vida.

Principais violações cometidas

O primeiro marco duro foi o Ato Institucional nº 5 (AI‑5), decretado em 1968. Ele deu ao governo poder de fechar o Congresso, cassar direitos políticos e prender alguém sem processo. A partir daí, dezenas de opositores foram presos em centros de tortura como o DOI‑Codi, o próprio Casa da Morte em São Paulo e o Hospital Colônia, em Pernambuco.

Os relatos são assustadores: choques elétricos, afogamento simulado, falhas de alimentação, e até enterramento vivo. Mais de 400 pessoas desapareceram sem deixar rastro. Entre elas, nomes como Rubens Paiva (preso e torturado), Vários lideres estudantis e milhares de militantes de esquerda. O número exato de mortos ainda é debatido, mas as estimativas variam entre 400 e 1.000.

Além da tortura, a censura de imprensa foi brutal. Canções, livros e filmes eram proibidos, e jornalistas tinham que submeter tudo a um fiscal militar. Isso criou uma "cultura do silêncio" que se arrastou por décadas, dificultando a divulgação de fatos importantes.

Como a sociedade lida com o passado

Depois da redemocratização, surgiram comissões da verdade, como a Comissão Nacional da Verdade (CNV) em 2014. Ela reuniu depoimentos, documentos e revelou milhares de detalhes. O relatório final apontou 434 mortes e desaparecimentos, mas também recomendou reformas no sistema de segurança e justiça.

Hoje, o debate ainda é quente. Alguns políticos defendem o “esquecimento” para não dividir o país, enquanto ativistas exigem punições e reparações. Processos judiciais contra militares ainda correm na Justiça, e famílias de vítimas recebem indenizações, embora o trauma nunca desapareça.

Na prática, lembrar desses crimes ajuda a evitar que se repitam. Escolas estão inserindo o tema nos currículos, museus como o Museu da Vida e da Liberdade em Recife contam histórias de resistência, e projetos de memória preservam documentos e fotos.

Se você quiser entender melhor, procure relatos de vítimas, leia o relatório da CNV e visite centros de memória. Conversar sobre o assunto com amigos e familiares também ajuda a romper o silêncio que a ditadura tentou impor.

Em suma, os crimes da ditadura não são apenas capítulos de história; são feridas ainda abertas. Conhecer os fatos, reconhecer quem sofreu e cobrar justiça são passos essenciais para construir um Brasil mais justo e livre.

Ex-Funcionário Argentino Julgado em Roma Solicita Tribunal Militar para Crimes da Ditadura

Ex-Funcionário Argentino Julgado em Roma Solicita Tribunal Militar para Crimes da Ditadura

Carlos Malatto, ex-funcionário argentino, está sendo julgado em Roma por envolvimento em assassinatos e desaparecimentos durante a ditadura argentina. Ele solicitou ser julgado por um tribunal militar, levantando questões sobre a jurisdição e adequação de tal julgamento. O caso ressalta a busca contínua por justiça para as vítimas da ditadura argentina.

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