Terremoto 7,6 no Drake Passage aciona alerta de tsunami no Chile

Terremoto 7,6 no Drake Passage aciona alerta de tsunami no Chile

Um terremoto de magnitude 7,6 sacudiu a região do Drake Passage às 17h29 (horário local) de 10 de outubro de 2025, gerando, por boas razões, um alerta de tsunami para o extremo sul do Chile. O sismo foi inicialmente reportado pela United States Geological Survey (USGS), que indicou profundidade rasa de 10,5 km, fator que aumentou a preocupação com ondas gigantes. Pouco depois, o Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres (SENAPRED), liderado por Karla González, Diretora do SENAPRED, acionou alerta vermelho para a comuna de Cabo de Hornos e recomendou evacuação das áreas costeiras.

Contexto tectônico do Drake Passage

O estreito que separa a Antártida da ponta sul da América do Sul não é só um corredor marítimo; é uma fronteira de placas onde a Placa Sul‑Americana e a Placa Antártica convergem. Essa zona de subducção é historicamente inquieta, com terremotos frequentes que, quando ocorrem em profundidades menores que 20 km, têm potencial de desencadear tsunamis. O próprio Drake Passage já registrou eventos notáveis em 1975 e 1998, embora nenhum tenha causado danos significativos em continentes.

Detalhes do sismo e do alerta de tsunami

Além do USGS, o European-Mediterranean Seismological Centre (EMSC) divulgou o mesmo terremoto com magnitude 7,3 e identificador #187917. A pequena diferença numérica é comum quando agências utilizam algoritmos distintos para calibrar a intensidade. O epicentro ficou a cerca de 600 km ao sul da costa chilena, numa zona de falha onde o deslocamento vertical do assoalho oceânico pode gerar ondas de energia.

Logo após a detecção, o SENAPRED emitiu alerta vermelho (alerta roja) para Cabo de Hornos e ordenou que moradores abandonassem as áreas de risco. A medida foi tomada porque a topografia do litoral nesse ponto é extremamente recortada, o que pode amplificar a altura das ondas à medida que se aproximam da costa.

Horas depois, o canal do YouTube Extreme Alert analisou as imagens de monitoramento e concluiu que o risco havia diminuído. "O aviso foi cancelado, uma coisa importante, horas depois, cancelado, tá?", destacou o analista, indicando que as medições de elevação marinha não mostraram o movimento necessário para formar um tsunami de grande escala.

Reações das autoridades chilenas

Enquanto o USGS manteve a recomendação preventiva por "algumas horas", autoridades locais começaram a reavaliar a situação a partir das 22h00 (horário local). O governador da região de Magallanes, Jorge Ramos, pronunciou‑se em coletiva dizendo que a população foi bem orientada e que os protocolos de evacuação funcionaram sem incidentes. "Não houve registro de feridos nem de danos materiais nas comunidades costeiras", acrescentou.

Por outro lado, alguns pescadores de Punta Arenas relataram que a interrupção das atividades de pesca — devido ao alerta — trou custos inesperados, sobretudo para embarcações menores que dependem de períodos curtos de operação.

Avaliação de risco e opiniões de especialistas

Avaliação de risco e opiniões de especialistas

Especialistas em sismologia da Universidade Católica do Chile, liderados pelo professor Ricardo Fernández, explicam que a combinação de magnitude alta e profundidade rasa eleva o potencial de tsunami, mas que a geometria da Falha Drake limita a extensão da onda gerada. "Se o deslocamento vertical for menor que 0,5 metro, a energia se dissipa antes de atingir a costa", afirmou.

O Instituto Nacional de Geofísica (ING) também monitorou o nível do mar usando boias sismográficas instaladas entre a Patagônia e a Antártida. As leituras indicaram variações inferiores a 2 cm, sugestão clara de que a ameaça foi contida.

  • Magnitude: 7,6 (USGS) / 7,3 (EMSC)
  • Profundidade: 10,5 km
  • Epicentro: ~600 km ao sul da costa chilena, Drake Passage
  • Alerta: vermelho para Cabo de Hornos, cancelado após 3 horas
  • Variação do nível do mar: < 2 cm

O que vem a seguir?

Os cientistas ainda acompanham a zona por possíveis réplicas, que podem ocorrer nos próximos dias. O SENAPRED divulgou que mantém a zona de vigilância ativa até o fim da semana e que novas orientações serão emitidas caso haja mudanças nos parâmetros sísmicos.

Para a população do sul do Chile, a lição permanece: mesmo eventos ocorridos a centenas de quilômetros de distância podem desencadear medidas de emergência. O episódio reforça a importância de sistemas de alerta precoce bem coordenados entre agências internacionais e autoridades locais.

Perguntas Frequentes

Qual foi a magnitude oficial do terremoto?

O USGS registrou magnitude 7,6, enquanto o EMSC a classificou como 7,3. A diferença decorre dos métodos de cálculo adotados por cada instituição.

Quem recebeu o alerta de tsunami?

O alerta vermelho foi emitido para a comuna de Cabo de Hornos e, por extensão, para todas as comunidades costeiras do extremo sul do Chile, incluindo áreas próximas a Punta Arenas.

Por que o alerta foi cancelado?

Monitoramento em tempo real das boias marítimas mostrou variações de nível do mar inferiores a 2 cm, indicando que não havia deslocamento suficiente do assoalho oceânico para gerar um tsunami significativo.

Existe risco de tsunami para o Brasil?

Analistas do canal Extreme Alert observaram que as ondas geradas por esse sismo não teriam energia suficiente para alcançar a costa brasileira, dada a grande distância e a orientação das falhas geológicas.

Quais são as próximas etapas das autoridades?

O SENAPRED continuará o monitoramento sísmico e marítimo nos próximos dias, mantendo a população informada sobre possíveis réplicas e revisando os protocolos de evacuação caso novas ameaças sejam identificadas.

1 Comentários

  • Bárbara Dias
    Bárbara Dias

    O terremoto foi de 7,6, a profundidade era de 10,5 km, e o alerta de tsunami foi emitido, mas cancelado pouco depois.

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