Competição artística e escolha da ecobag
A organização da Corrida São Silvestre lançou, em parceria com a plataforma Artistas do Brasil, a Seletiva Artistas do Brasil | 100ª Corrida de São Silvestre. O objetivo foi definir a arte que adornaria a ecobag oficial da edição centenária, incluída no kit de inscrição dos corredores.
Os interessados tiveram até 27 de julho de 2025 para enviar propostas pelo site da Artistas do Brasil. Não havia limite de quantas obras cada artista poderia submeter, desde que fossem originais, inéditas e tivessem relação com o tema da corrida e da cidade.
A curadoria foi feita por membros da equipe da Artistas do Brasil, junto aos artistas visuais Karol Stefanini e Cusco Rebel. A decisão final ficou a cargo da Fundação Cásper Líbero, proprietária da prova. Entre centenas de inscrições, o desenho vencedor foi Passos da cidade viva, criado por Climacio Charille.
Charille descreve a pintura como a personificação da capital que corre ao lado dos atletas: “A cidade acompanha cada passo, como se também estivesse em movimento”. Os marcos históricos de São Paulo são transformados em personagens que celebram a milenar relação entre a metrópole e seus corredores, reforçando a ideia de resistência, inclusão e pertencimento.
- Prêmio em dinheiro: R$ 5.000;
- Publicação da biografia e redes sociais do artista na ecobag;
- Impressão da obra em milhares de bolsas ecológicas distribuídas aos inscritos.
História e expectativas para a 100ª edição
A Corrida São Silvestre nasceu em 1925, idealizada pelo jornalista Cásper Líbero. O percurso de 15 km atravessa as avenidas e ruas mais icônicas da capital, partindo da Rua Frei Caneca e terminando na Fundação Cásper Líbero, na Avenida Paulista.
A 99ª edição, realizada em 31 de dezembro de 2024, contou com 37.500 atletas de 1.540 cidades brasileiras e mais de 40 países. O sucesso histórico levou os organizadores a projetar um aumento ainda maior de participantes para 2025, consolidando a prova como uma das corridas de rua mais relevantes do mundo.
Além da competição esportiva, a presença da ecobag ilustrada reforça o compromisso ambiental da organização, ao incentivar o uso de materiais reutilizáveis. A escolha da arte, que destaca a pluralidade dos corredores – diferentes origens, corpos e histórias –, sinaliza que o centenário será, antes de tudo, uma celebração da união entre gente e cidade.
Com a divulgação da arte vencedora, a expectativa aumenta entre corredores, artistas e patrocinadores. A ecobag se tornará um símbolo visível nas ruas de São Paulo na virada do ano, marcando a passagem de um século de tradição e apontando para um futuro onde esporte, cultura e sustentabilidade caminham lado a lado.
MARIA AUXILIADORA Nascimento Ferreira
QUE BELEZA ESSE DESENHO!!! 🌆🏃♀️💖 A cidade VIVE, respira, corre junto com a gente! Climacio capturou a alma de SP em pinceladas... eu chorei só de ver. Isso aqui é arte, não só uma bolsa!
Ernando Gomes
Interessante... mas será que a escolha foi realmente democrática? A curadoria foi feita por apenas dois artistas visuais... e a Fundação Cásper Líbero decidiu sozinha? Isso não é um processo de seleção, é uma seleção de elite.
Jorge Felipe Castillo Figueroa
CARA, QUE TAL UM DESAFIO DE 100KM COM A ECOBAG NA MÃO?!?!?!?!?!?!?!? Ninguém tá falando disso?!? A arte é linda, mas a gente tá celebrando 100 anos de corrida, não de pintura! VAMOS CORRER, NÃO SÓ OLHAR!
Filipe Castro
Muito bom! Acho que essa bolsa vai virar um símbolo mesmo. Vou usar toda hora!
Cleverson Pohlod
Cara, eu tô aqui desde 2018 correndo a São Silvestre... e nunca vi nada assim. Essa bolsa tá mais que bonita, tá cheia de história. A gente sente que a cidade tá correndo junto. Isso é o que importa, né? Unir gente, cultura, natureza... é o que a corrida sempre foi, só que agora com mais alma.
Rozenilda Tolentino
A estética do trabalho... é uma operação semiótica de hiper-representação urbana... a corporalidade do corredor é mediada por uma arquitetura simbólica... mas será que a ecobag não reforça o capitalismo verde?
david jorge
Isso aqui é o que o esporte precisa! Arte + esporte + sustentabilidade = futuro! Vai ser incrível ver essa bolsa por aí no dia 31 de dezembro... quem quiser correr comigo, me chama! 🏃♂️💚
Wendelly Guy
Ah, claro... mais uma bolsa que vai acabar no lixo depois de uma semana. Eles falam em sustentabilidade, mas a gente sabe que é só marketing. Acho que a arte é bonitinha, mas isso tudo é só um espetáculo pra vender inscrição.
Fábio Lima Nunes
O que realmente importa aqui é a simbiose entre a metrópole e o corpo em movimento. Climacio não apenas ilustrou uma corrida - ele materializou a memória coletiva da cidade como um organismo vivo, onde cada prédio, cada poste, cada esquina se torna um músculo, um tendão, um pulso. A arte não é um adorno; é a extensão da própria corrida, o eco do suor de gerações que passaram por ali. E isso, meu caro, transcende o conceito de 'kit de inscrição' - é um relicário de resistência urbana.
OSVALDO JUNIOR
São Paulo tá virando um museu de pacote turístico... agora até a corrida tem arte oficial? Onde está a verdadeira luta dos corredores? Onde estão os que correm de chinelo e sem patrocínio? Isso aqui é uma festa pra burguesia que quer se sentir 'cult' com uma bolsa. O centenário é da corrida, não da exposição!
Luana Christina
A beleza desta obra transcende a mera estética visual; ela é um ato fenomenológico de pertencimento coletivo, uma manifestação do espírito da cidade que se expressa através da corporeidade do corredor. É uma homenagem ao tempo, à memória, à dor e à glória que se entrelaçam nas ruas de São Paulo. Que esta ecobag se torne um altar da resistência silenciosa.
Leandro Neckel
Tudo isso é um espetáculo de fachada. O verdadeiro problema é que a corrida tá virando um evento de elite. R$5.000 pra um artista? E os corredores que pagam R$180 pra entrar? Onde está a equidade? Isso não é celebração, é mercantilização disfarçada de cultura.
Patrícia Gallo
Eu acho que o mais bonito aqui não é só o desenho, mas o fato de que a escolha foi feita com base em algo que representa a diversidade real. Ninguém pensou em um atleta perfeito, em um símbolo genérico. A cidade inteira está ali - os idosos, os jovens, os que correm com câncer, os que correm por amor, os que correm por sobrevivência. Essa bolsa não é só um objeto, é um abraço coletivo. E isso, de verdade, é o que a São Silvestre sempre foi. O centenário não é só de data... é de alma.